“Mulheres são campeãs a lutar contra a corrupção”
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, considerou, ontem, que “as mulheres são campeãs a lutar contra a corrupção”, o que equivale a “fortalecer a democracia”, alertando para a situação actual das mulheres no Afeganistão.
“As mulheres são grandes campeãs a lutar contra a corrupção, onde quer que ela possa existir, e lutar contra a corrupção é fortalecer a democracia”, considerou no seu discurso, no qual algumas vezes se dirigiu ao Primeiro-Ministro português, António Costa, e ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, que discursaram minutos antes.
A democrata Nancy Pelosi falava na reunião plenária da 67ª sessão anual da Assembleia Parlamentar da NATO, que decorre em Lisboa, depois de ter recebido o prémio “Wo-men for Peace and Security Award” (Prémio Mulheres para a Paz e Segurança), atribuído pela primeira vez por esta Assembleia.
Nancy Pelosi considerou que a “NATO não é apenas uma aliança de segurança, é uma aliança de valores e há uma coesão construída à volta de valores”, advertindo para regimes autocráticos que desafiam a democracia “em tantos sítios, assim como a corrupção”, que, frequentemente, acompanha esses regimes.
“Um mundo de paz é fortalecido não apenas por segurança, mas é também sobre valores e governança e isso é tão importante”, vincou.
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América fez ainda referência à situação no Afeganistão – mais concretamente das mulheres -, no qual o regime Talibã assumiu, recentemente, o poder com a saída das forças aliadas.
“Porque acreditamos genuinamente que, quando as mulheres têm sucesso, a América é bem-sucedida e todos os outros países têm suces-so e todos temos sucesso”, declarou “Não podemos nunca esquecê-las e quero saudar a NATO, porque foi fundamental para que uma geração inteira, durante 20 anos, de mulheres e meninas que receberam educação que nunca teriam recebido sem a presença da NATO e aliados no Afeganistão. Não podemos deixar isso escapar, temos que manter o nosso foco lá e manter os nossos corações perto delas”, salientou.
“Não é só sobre as mulheres, é sobre o que significa para o Afeganistão. Não é só sobre o que significa para o Afeganistão, é o que significa sobre segurança no mundo”, sublinhou.
Nancy Pelosi confessou que muitas vezes lhe perguntam o que faria se liderasse o mundo e a presidente da Câ-
mara dos Representantes norte-americana adiantou que se tal acontecesse priorizaria “a educação de mulheres e meninas” no mundo.
“Porque acreditamos genuinamente que, quando as mulheres têm sucesso, a América é bem-sucedida, e todos os outros países têm sucesso e todos temos sucesso”, declarou.
“Os tempos encontraram-nos para salvarmos a nossas democracias, para salvar o nosso planeta, para garantir que as bênçãos de liberdade e democracia estão lá num planeta intacto que deixamos para futuras gerações”, rematou.
Na apresentação da galardoada, antes de discursar, o presidente da Assembleia Parlamentar da NATO, Gerald Connolly, salientou as “contribuições extraordinárias” de Nancy Pelosi “para a participação igualitária de mulheres e homens no campo da paz e segurança e na protecção de mulheres em situações complexas”, salientando o compromisso desta Assembleia “na implementação e promoção da agenda Mulheres, Paz e Segurança”.
De acordo com informações divulgadas pela Assembleia Parlamentar da NATO, este prémio surge no âmbito da adopção da Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre ‘Mulheres, Paz e Segurança’.
A 67.ª Assembleia Parlamentar da NATO começou na sexta-feira e terminou ontem, em Lisboa. A sessão anual contou, durante quatro dias, com a presença de membros do Governo português, representantes oficiais da NATO, especialistas em assuntos de defesa, legisladores dos 30 Estados-membros e representantes de países terceiros da aliança, e órgãos parlamentares.