Obras de construção da barragem começam hoje
As obras de construção das Barragens de Calucuve e Ndué, dois dos cinco projectos estruturantes de combate à seca na província do Cunene, iniciam, esta quinta-feira(28) e sexta-feira(29), respectivamente.
O acto de colocação da primeira pedra, em ambos os projectos, será orientado pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, que trabalha desde, ontem, na província mais ao Sul do país.A Barragem de Calucuve, na bacia do Cuvelai, terá uma rede de canais, com uma extensão de 111 quilómetros e mais 44 chimpacas. O projecto, a ser executado num período de dois anos, está orçado em 96,4 mil milhões de kwanzas.
A do Ndué, que vai custar aos cofres do Estado 85,1 mil milhões de kwanzas, vai ser construída, também, na bacia do Cuvelai, mas na zona do Rio Ndué. Terá uma rede de canais adutores de 75 quilómetros e mais 15 chimpacas.
Em construção, há quase um ano e com previsão de conclusão em Fevereiro de 2022, está o Sistema de Captação no Rio Cunene, a partir da região do Cafu, avaliado em 44,3 mil milhões de kwanzas. O sistema compreende a construção de dois canais, uma do Cuamato até Ndombondola, com extensão de 55 quilómetros, e outra do Cuamato até Namacunde, com cerca de 53 quilómetros, além de 10 chimpacas.
Quando os três projectos estiverem concluídos, haverá uma rede de 344 quilómetros de canais, uma estação de bombagem e 89 chimpacas.
Calucuve terá capacidade de acumular 100 milhões de metros cúbicos de água, tal como a do Cafu, enquanto a do Ndué terá 145 milhões.
Os três projectos vão beneficiar milhares de famílias e animais, bem como facilitar a prática da agricultura.
Para o combate efectivo da seca na província do Cunene estão, igualmente, projectadas a recuperação de diques e açudes, no município do Curoca, 334 quilómetros da cidade de Ondjiva.
Efeitos da seca
A seca afecta, este ano, 514.800 pessoas e a movimentação de 4.000 pessoas que se en-contram em centros de deslocados. Além disso, mais de 2.000 pessoas refugiaram-se na vizinha Namíbia, a maioria das quais crianças entre os 5 e 10 anos.
Até agora foram beneficiadas 83.416 pessoas, com apoios recebidos da Administração Central (615 toneladas de produtos diversos, sobretudo bens alimentares), do Governo Provincial (326 toneladas de alimentos) e dos parceiros sociais (196 toneladas de bens diversos).
Outro projecto tem a ver com a transferência de águas para regiões localizadas à margem direita do Rio Cunene, nomeadamente, as sedes municipais do Cahama, Oncocua e Chitado, bem como a reabilitação da represa da Cova do Leão.
A Barragem de Calucuve, na bacia do Cuvelai, também chamada de Barragem 128, terá uma rede de canais, com uma extensão de 111 quilómetros e mais 44 chimpacas.A do Ndué, também na bacia do Cuvelai, terá uma rede de canais adutores de 75 quilómetros e mais 15 chimpacas.
Para o combate efectivo à seca, o Presidente João Lourenço anunciou, recentemente, o arranque, no próximo ano, do projecto de transferência de águas para regiões localizadas à margem direita do Rio Cunene, nomeadamente as sedes municipais do Cahama, Oncocua e Chitado, bem como a reabilitação da represa da Cova do Leão. Ministra optimista com o cumprimento dos prazos
A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, mostrou-se optimista com o cumprimento dos prazos estabelecidos para a conclusão dos trabalhos.
“Estou satisfeita de ver as diversas fases deste grande projecto, que pensamos ser inédito, depois de 45 anos de Independência aqui no Cunene. É uma prova de que estamos comprometidos com os problemas das populações”, disse.
Acompanhada do ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, e da governadora do Cunene, Gerdina Didalelwa, Carolina Cerqueira frisou que “o canal renova a esperança das populações do Cunene”, principalmente aquelas que estão ao longo do percurso do canal e que têm sido vítimas da seca ao longo dos anos. “Pensamos que com este projecto as comunidades terão uma qualidade de vida melhorada”.
Adelaide Mualimusi | Ondjiva