País prevê 70% de energia de fontes não poluentes até 2025

A matriz energética nacional já incorpora, neste momento, 62 por cento de fontes não poluentes de energia e a meta do Executivo é elevá-la a 70 por cento até 2025.

A informação foi avançada, terça-feira (02), pelo Presidente da República, João Lourenço, ao intervir na 26ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a decorrer em Glasgow, Reino Unido.

O Chefe de Estado, que vem mantendo, desde o início do mandato, uma atenção especial às questões ambientais, ressaltou que o país privilegiou a produção e consumo de energia limpa proveniente das barragens hidroeléctricas existentes e de outras por construir, assim como nas fontes renováveis de energia.

Neste particular, João Lourenço destacou os projectos de produção de energia  fotovoltaica com parques solares, que visam reduzir o consumo de combustíveis fósseis na produção de energia eléctrica.

O Presidente salientou que Angola definiu a sua contribuição concretizada na redução da intensidade de carbono na produção de energia eléctrica, num horizonte até 2025, e em acções complementares no domínio da gestão sustentável das florestas, transportes e agricultura. 

O Chefe de Estado reiterou a firme vontade e determinação de  Angola em continuar  comprometida com a acção climática e com a adopção de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono.

João Lourenço disse que o país considera as alterações climáticas dos maiores desafios que a humanidade enfrenta, dado o conjunto de efeitos directos e indirectos na vida económica e social das Nações, facto que, como sublinhou, “constitui um verdadeiro desafio ao desenvolvimento”.


País alinhado com consensos internacionais


O Presidente ressaltou, ainda, o facto de Angola estar alinhada com os consensos internacionais do desenvolvimento sustentável, incluindo o África – 2063, em consonância com os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.
“Foram, igualmente, identificadas acções de adaptação relacionadas com a melhoria da resiliência climática das nossas comunidades e a protecção de investimentos sociais e económicos”, salientou.

No âmbito das acções em prol das questões ambientais, o Presidente destacou o seu envolvimento, no país, à causa da protecção e repovoamento dos mangais através de uma campanha nacional de replantação de mudas de mangue ao longo da extensa orla marítima nacional.

De lembrar que, no dia 23 de Outubro, o Presidente participou, em Luanda, numa campanha de plantação de mangues na orla costeira da Comunidade do Papu, comuna dos Ramiros, município de Belas, numa iniciativa da Associação Otchiva e a Sonangol, que rubricaram, neste mesmo dia, um acordo para a protecção e restauração dos ecossistemas de mangais.
O Chefe de Estado plantou, neste dia, juntamente com a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, cerca de duzentos pés de mangues naquela orla costeira.

Ao prestar declarações à imprensa, no final da actividade, o Chefe de Estado referiu que o mundo já falou “bastante” sobre a necessidade da protecção do meio ambiente e, agora, é chegado o momento de colocar um basta às falas e ganhar-se a consciência de se levar a cabo acções concretas, pequenas ou grandes, para a salvação do meio ambiente.


Conservação dos parques

Durante a intervenção na 26ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, o Presidente deu a conhecer a celebração, aquando da visita de trabalho, este ano, a Washington DC, Estado Unidos, de um convénio com o Fundo Internacional de Conservação (ICCF) para a conservação dos parques do Luengue-Luiana e Mavinga.

O Chefe de Estado esclareceu que este convénio consiste na protecção da vida selvagem animal e vegetal, bem como no desenvolvimento do turismo internacional sustentado.

Na ocasião, o Presidente mencionou a aprovação, no país, da Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2021-2035, com vista a alcançar os objectivos preconizados no Acordo de Paris. “Angola aprovou, mais recentemente, um importante pacote legislativo ambiental, instrumentos que serão determinantes na luta contra as alterações climáticas”, aclarou o Presidente.

A Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas foi aprovada no dia 28 de Outubro, durante a última sessão ordinária do Conselho de Ministros, orientada pelo Presidente da República.

Este documento tem como objectivo assegurar a adaptação do território nacional aos efeitos das alterações climáticas e contribuir para o esforço global de combate às causas deste fenómeno. Pretende, igualmente, contribuir para o combate à pobreza,  ao aumento do grau de empregabilidade, a diversificação da economia do país e, consequentemente, para o alcance dos objectivos relevantes de Desenvolvimento Sustentável.

A Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas estabelece a visão da Política Nacional Angolana no horizonte 2035, tendo em conta a necessidade de articular a política angolana em termos de mitigação e adaptação ao impacto das alterações climáticas. 

Outro instrumento aprovado na mesma sessão do Conselho de Ministros, que dedicou parte do tempo às questões ambientais, é o Sistema Nacional de Monitoramento, Reporte e Verificação da Política Climática. Este instrumento pretende regular o fluxo de dados que permitem a elaboração e aprovação das informações confiáveis, transparentes e abrangentes dos efeitos positivos ou negativos a nível nacional, a serem submetidas nos termos
da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, melhorando, deste modo, os mecanismos de comunicação sobre os registos nacionais e a contabilização das emissões de gases de efeito estufa.

Foi, igualmente, aprovada a Estratégia Nacional de Educação Ambiental para o período 2021-2027.  Diferente dos anteriores, este instrumento visa o desenvolvimento e implementação de acções conjugadas no domínio da literacia ambiental dos cidadãos. Tem como objectivo promover a consciencialização para questões relacionadas com o ambiente e a participação dos cidadãos no processo de protecção do ambiente, contribuindo para a mudança do estilo de vida e influenciar, de forma natural, na melhoria das condições em matéria de qualidade ambiental, concretamente nos domínios da gestão de resíduos e permitir uma melhor poupança dos fundos públicos aplicados no sistema de saneamento básico.

  Destacada criação de Observatório Climático e Ambiental Nacional

Ainda no Sector do Ambiente, o Conselho de Ministros criou o Observatório Climático e Ambiental Nacional, que se constitui num órgão orientador do Estado para a tomada de decisões políticas para a adaptação aos efeitos das alterações climáticas em território nacional.

Este Observatório vai incluir a incidência cíclica de estiagem, inundações e outros efeitos das alterações climáticas, baseados nas tendências resultantes de estudos e observações climáticas, bem como na melhoria da percepção e compreensão dos riscos para a saúde que decorrem das alterações climáticas.
A intenção é permitir que, de forma mais efectiva, se possa antecipar e limitar as ameaças à saúde do ser humano e às infra-estruturas sociais e económicas.

Presidente João Lourenço reúne com vários líderes

O Presidente da República, João Lourenço, que discursou, terça-feira (02),  na cidade de Glasgow, Escócia, na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), apresentou as acções concretas que Angola desenvolve em defesa do planeta. Durante o evento, manteve encontros com vários líderes mundiais, como se pode constatar nas imagens abaixo.

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