Privatização da TAAG só depois de 2022

O presidente do Conselho de Administração do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Bicudo Vilar, fez saber, esta terça-feira(09), em Luanda, que a TAAG, Linhas Aéreas de Angola, não será privatizada antes do final de 2022 devido ao ambiente económico internacional.

Este processo segue assim o mesmo caminho adoptado pelo Estado angolano em relação à petrolífera Sonangol e a diamantífera Endiama.
Trata-se de empresas estratégicas e de um valor financeiro elevado, acreditando-se que nas actuais circunstâncias, devem haver poucos ou quase ninguém que queira comprar com o preço real de um dado activo.
Patrício Vilar fez o balanço do Programa de Privatizações (PROPRIV) e justificou que o mundo económico e financeiro, durante a pandemia foi “bastante abalado”, considerando que muitos daqueles que a nível internacional eram compradores passaram a vendedores.
“Vender uma companhia de aviação nos dias que correm é não fazer nada, porque ninguém a vai comprar. Sejamos directos em assumir que não há compradores. A aviação está a recuperar, mas levará tempo”, sublinhou.
Reestruturação prossegue
Por outro lado, Patrício Vilar disse que se poderá aplicar o mesmo a duas outras empresas estratégicas, nomeadamente, a Sonangol e a Endiama, que continuam em profunda reestruturação.Disse que no caso da Sonangol e da Endiama são empresas que estão em sectores que continuam em profunda reestruturação, não só por iniciativa interna, mas porque efectivamente o sector está em reestruturação até do ponto de vista conceptual. Então, estar a privatizar, neste momento, iríamos cair exactamente no mesmo”, disse.O líder do Igape apontou que as mais de 40 empresas alienadas, até à data, renderam aos cofres do Estado mais de 800 mil milhões de kwanzas. A previsão era de privatizar 195 activos.Patrício Vilar disse que houve saídas e entradas de activos de empresas.
“O balanço que fizemos, até este momento, é um balanço de 41 privatizações  com o total de oitocentos e trezentos mil milhões de kwanzas. Desses,  cerca de 400 mil milhões estão, efectivamente, recebidos. O remanesceste, uma parte é de pagamentos diferidos. Lembremos, por exemplo, o caso das  têxteis e o caso das fazendas em que os contratos são a longo prazo e, portanto, são como pagamentos diferidos no tempo”, apontou.
Assumiu também, que, infelizmente, como em qualquer processo de venda, há algum mal parado, na ordem dos 16 mil milhões de kwanzas. Contudo, considera uma gota no oceano.”A perspectiva é, até ao final deste ano, privatizar mais 40 activos”, apontou.
Deu particular destaque a algumas empresas de referência nacional, cujos processos já começaram a cerca de dois anos, os quais estão, finalmente, na fase de conclusão. Por exemplo, o Banco de Comércio e Indústria (BCI), a Empresa Nacional de Seguros de Angola (ENSA). A Net One está concluído, os hotéis do Infortur também estão concluídos. Falta é assinar os termos de adjudicação, indicou.

* com LAC

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