Cunene enfrenta escassez de combustível há mais de um mês e meio
Ha Falta de combustível na província angolana do Cunene e quem sofre as maiores perdas são motoqueiros e taxistas, que pedem ao executivo uma solução urgente para um problema.
Angola é o terceiro maior produtor africano de crude, depois da Nigéria e da Libéria, e o décimo quarto em todo o mundo. Mas nos últimos tempos é recorrente o país registar escassez de combustível.
Na cidade de Ondjiva, na província do Cunene, há escassez de combustível nos vários postos de abastecimento. Os mototaxistas e os taxistas falam em perdas incalculáveis.
Mototaxistas não conseguem trabalhar
É o caso de Pedro António Moto, mototaxista há cinco anos, que se queixa que o problema se prolonga há demasiado tempo. “O combustível aqui está difícil, quando o conseguimos trabalhamos muito tarde e apenas produzimos dois a três mil kwanzas (cerca de 3 a 4 euros), valor muito inferior à norma diária”, explica.
“Já vai um mês e duas semanas desta dificuldade em conseguir combustível e quando está mesmo mau recorremos à candonga (revendedores)”, conta Evaristo Celestino, outro taxista e chefe de família. Explica que o preço do combustível adquirido desta maneira ronda os 600 a 700 kwanzas (equivalente a 0,93 cêntimos e 1 euro), preço muito acima dos habituais 160 kwanzas (0,25 cêntimos) das bombas.
Para Celestino conseguir 12 litros de combustível gasta mais de 7 mil kwanzas (11 euros), um preço que considera exorbitante. “Às vezes, comprando dois ou três litros nem chega. E quando não vais, não tens como te alimentar porque não tens como angariar um pão diário”, lamenta.
Moisés Selino, residente na cidade de Ondjiva, diz que para conseguir combustível, as pessoas ficam de 8 a 9 horas à espera no posto de abastecimento. “Nós aqui para abastecer os nossos meios de transporte é um tremendo calvário, sempre encontramos filas longas de carros e motorizadas”, relata
O tempo que demora acaba por prejudicar o serviço e no final não conseguem levar para os seus filhos o necessário para os alimentar. Assim, pede a intervenção urgente da petrolífera estatal Sonangol.
Fonte: DW