Dia da Mulher Angolana

Diz a Constituição que “o homem e a mulher são iguais no seio da família, gozando dos mesmos direitos e cabendo-lhes os mesmos deveres”, um lembrete que importa trazer hoje ao celebrarmos o Dia da Mulher Angolana.

Por mérito próprio, as mulheres angolanas foram e continuam a ser dignas da luta que elas fazem ao lado de homens consequentes e comprometidos com a igualdade de oportunidade entre os dois seres para os fins que a Constituição e demais instrumentos internacionais rubricados por Angola se propõem.

Contrariamente à ideia de que os problemas que enfrenta a mulher angolana estão dissociados do homem que, regra geral, continua a reter alguma vantagem em muitos aspectos, na verdade, as desvantagens e os prejuízos são  transversais a todos. Quando se pensa, se é que ainda persistirá por cá esta mentalidade, que a mulher não deve progredir nos estudos, trabalhar em igualdade de circunstâncias que os homens, não deve liderar ou, enfim, não deve ter a igualdade de oportunidade que os homens, não são apenas elas que sofrem.

Basta olhar para a sociedade para ver em que medida é que a mentalidade baseada nos valores e tradições que contrariam o artigo 29º, da Constituição da República e na ideia de suposta inferioridade da mulher para termos noção do atraso que essa realidade proporciona.

Lembrar que Angola é signatária da Convenção Internacional contra Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher, um diploma cuja denominação é completamente clara quando se refere à ” contra todas as formas de discriminação contra a mulher”. Quer dizer que não são aceites no ordenamento jurídico angolano nenhuma forma de discriminação contra as mulheres, razão pela qual devemos nos empenhar neste quesito.

Felizmente, muito mudou na nossa sociedade e a mulher continua a galgar terreno como nunca antes, facto que leva, merecidamente, a congratularmo-nos com avanços significativos que as mulheres fazem nos variados domínios.

Acreditamos que são oportunas as palavras defendidas pela secretária-geral da ONU, segundo as quais  “é preciso fortalecer o papel da mulher na vida política, económica e social, de modo a reduzir a diferença de género. É importante continuar a acreditar no potencial das mulheres angolanas e incentivar o espírito empreendedor, com vista à sua participação no processo de diversificação da economia nacional”.

Em entrevista ao Jornal de Angola, saída na edição de hoje, a líder da organização feminina do partido no poder abordou questões que ainda afligem a muitas famílias, em muitos casos dolorosamente,  nomeadamente a fuga à paternidade. O percentual em muitos lares, desta forma de violência doméstica, continua como um flagelo sem precedentes na sociedade angolana e importa que se tomem medidas eficazes para reduzir e desencorajar.

Num dia como hoje, o Jornal de Angola dedica às mulheres de Cabinda ao Cunene e às angolanas na diáspora votos de um feliz Dia da Mulher Angolana.

FONTE: J A

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