Estratégia do executivo funciona e preços baixam
Desde Dezembro de 2021, quando foi activada a Reserva Estratégica Alimentar, que o executivo angolano procurava formas de resolver a questão da inflação que recaía sobre os principais produtos da cesta básica. O povo estava preocupado e esperava uma solução satisfatória vinda do poder governativo, pois já se vivia um período de incertezas e muitas preocupações relativamente ao acesso à bens de primeira necessidade. Agora, em 2022, podemos ver na prática o resultado da estratégia criada, pois verifica-se uma grande diferença entre os preços dos produtos da cesta básica entre Dezembro de 2021 e Março de 2022, garantindo assim que os cidadãos angolanos tenham um acesso mais facilitado a estes produtos. Porém, apesar do efeito positivo causado com a implementação dessa estratégia, o executivo angolano ainda não dá por encerrada a “missão”, destacando que os preços actuais ainda estão longe do pretendido, pois o objectivo é tornar os preços mais acessíveis possíveis para que nenhum angolano com o salário mínimo tenha dificuldades em adquirir o básico.
Segundo o JORNAL VISÃO, a Reserva Estratégica Alimentar (REA) angolana tem um ‘stock’ acima das 200 mil toneladas de produtos da cesta básica, entre açúcar, milho, arroz, frango e outros bens, quantidades que compreendem dois trimestres, anunciou hoje fonte oficial.
Segundo o responsável, a REA conta atualmente com cerca de 70.000 toneladas de arroz, cerca de 88.000 toneladas de milho, cerca de 6.000 toneladas de soja, 3.700 toneladas de frango e cerca de 80.000 toneladas de açúcar.
A REA, cuja operacionalização a cargo do grupo privado Carrinho teve início em 21 de dezembro de 2021, é uma iniciativa do Governo angolano para influenciar a baixa de preços dos produtos alimentares essenciais.
O “Fomento da Produção Nacional e a Sustentabilidade da REA” estiveram em debate, em Luanda, durante a segunda edição do Café CIPRA (Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola).
Estabilizar os preços e a garantia de fornecimento de bens da cesta básica a preços não especulativos no mercado interno, assegurar um ‘stock’ físico permanente de bens alimentares essenciais em caso de situações de emergência e mitigar os riscos e impactos da volatilidade nos mercados internacionais são alguns dos objetivos da REA.
Eduardo Machado, um dos oradores a segunda edição do Café CIPRA, fez saber que o REA prevê cadastrar, entre agosto e setembro próximo, cerca de 52.000 famílias e um número ainda não identificado de agricultores comerciais.
O cadastro, salientou o responsável, visa o fornecimento de ‘kits’ de apoio agrícola, que incluem fertilizantes, sementes, pesticidas e pulverizadores, “visando a melhoria do processo produtivo e aumento das culturas”.
Negociar a compra futura, “em condições competitivas”, de todo o excedente da produção familiar e comercial fomentada no âmbito do programa da REA constitui igualmente o fundamento do cadastro, como referiu o coordenador da reserva angolana.
Fonte: JORNAL VISÃO