Ministra deixa em aberto eventual admissão de novos quadros
A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação disse, ontem, em Luanda, que a instituição está a trabalhar para a admissão de pessoal, sobretudo docente, e pretende criar pressupostos para a realização de um concurso público, “necessário ao sector”.
Maria do Rosário Bragança adiantou à imprensa, por ocasião do 60º aniversário da Universidade Agostinho Neto (UAN), que o Ministério está a trabalhar com a instituição para a materialização de alguns projectos, em especial os ligados ao financiamento da investigação científica.
Alguns destes projectos, continuou, estão a ser analisados, em conjunto com a Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico. “Depois da aprovação, as candidaturas submetidas para financiamento, vão ser tornadas públicas”.
A nível do Executivo, destacou, estão a ser criadas condições para a implementação de políticas, para a autonomia da UAN, como forma de a elevar ao patamar de outras universidades de renome internacional. “É uma forma de tornar numa das melhores a nível do país e de África. É pretensão do Ministério que a UAN seja das melhores universidades de África e tudo tem sido feito para atingir esse patamar”, disse.
Mas, continuou, para se tornar uma realidade, “é preciso que hajam mais políticas públicas para o desenvolvimento do Ensino Superior, capazes de incluir todas as universidades do país, assim como institutos e escolas superiores.
A celebração do 60º aniversário da UAN é, para Maria de Rosário Bragança, um acto louvável, em especial pela trajectória da instituição. “A universidade já possui uma longa experiência, apesar de passar, no passado, por períodos difíceis”.
A ministra reconheceu que a UAN tem contribuído ao longo de décadas para a formação de quadros nacionais. “As políticas concebidas pelo Executivo têm sofrido alterações, em função da própria realidade, mas, com o decorrer dos anos, foram aprimoradas. A Universidade Agostinho Neto já tem beneficiado de algumas destas melhorias”.
Ontem, durante a cerimónia de celebração do 60º aniversário da UAN, a instituição rubricou dois acordos de cooperação, um com a Orquestra Sinfonia de Angola e outro com o Aeroporto Internacional de Luanda.
O primeiro acordo visa ajudar a universidade na criação de uma banda de música própria, enquanto o segundo tem como objectivo levar os estudantes da UAN a investigarem e estudarem mais sobre matérias científicas ligadas à aeronáutica, aviação e mecânica.
A Universidade António Agostinho Neto (UAN) tem disponível, para este ano lectivo, quatro mil vagas, em diferentes cursos, a serem disputadas por 29 mil estudantes, declarou, ontem, em Luanda, o director do Gabinete de Tecnologias de Informação e Comunicação da instituição, Vicente Lopes.
Aos jornalistas, momentos antes do início de uma palestra, realizada para saudar os 60 anos da UAN, celebrados no quadro do centenário de Agostinho Neto, Vicente Daniel disse que o número total de estudantes na instituição ronda os 26 mil, com o género feminino a despontar nas estatísticas dos últimos anos.
Vicente Lopes adiantou que apesar do número considerável de docentes na instituição, este, ainda está aquém do desejado. “Existem garantias do Executivo para o aumento do número de professores na instituição, cujo fundador e patrono é António Agostinho Neto”, salientou.
Passados 60 anos, descreveu, a instituição está melhor estruturada, lembrando que a UAN emergiu dos Estudos Gerais Universitários de Luanda, em 1962, altura em que a Reitoria funcionava em Portugal. “Depois de 11 de Novembro de 1975, Agostinho Neto teve a visão de formar quadros nacionais e criou a Universidade de Angola, que a partir de 1985 passou a ser a UAN”, contou.
A Universidade Agostinho Neto, disse, em termos de graduação conta, actualmente, com 51 cursos de licenciatura, 33 de mestrado e dez de doutoramento. Além disso, anunciou para 20 de Outubro próximo a outorga de diplomas a mil discentes.
Fonte: Jornal de Angola