BNA quer política de concessão de crédito mais responsável
O Banco Nacional de Angola (BNA) reafirmou, na terça-feira (25), em Luanda, total empenho para garantir ao mercado a concessão de crédito de forma responsável pelo sistema bancário.
Segundo o governador José de Lima Massano, as pequenas e médias empresas devem melhorar a qualidade da informação para facilitar-se no momento da tomada de decisão sobre os processos de créditos na banca, necessários para o desenvolvimento do país.
No discurso de encerramento da sessão de apresentação do estudo “Banca em Análise 2022”, de iniciativa da Deloitte, ontem, em Luanda, o governador do BNA lembrou, por outro lado, que no financiamento de iniciativas empresariais de grande dimensão é importante passar-se a considerar soluções que contemplem instrumentos de mercado de capitais, de modo a alargar-se a capacidade interna de financiamento.
Para José de Lima Massano, os grandes desequilíbrios estão a ser superados e a estabilidade, a robustez e a resiliência do sistema financeiro vem sendo mantida.
Nessa perspectiva, realçou a desaceleração da inflação, cuja taxa anual foi de 18,15 por cento em Setembro, o normal funcionamento do mercado cambial e a solidez do sistema financeiro, com nível médio de adequação de capitais a rondar os 20 por cento, como parte desse percurso de normalização.
Para além do compromisso com a estabilidade de preços e do sistema financeiro, o BNA está também empenhado em promover o desenvolvimento de um sector bancário mais competitivo, inclusivo e capaz de prosseguir com os investimentos exigidos pela dinâmica de organização e funcionamento da economia.
“Reconhecemos, que a qualidade da informação prestada pelos clientes, sobretudo, a de natureza contabilística e financeira, muitas vezes, não é suficiente para permitir uma avaliação rigorosa das solicitações de crédito, sendo essa, uma insuficiência ainda muito presente em empresas de pequena e de média dimensão, tornando-se, por isso, necessário, que as mesmas assumam o compromisso de melhoria dessa informação, de forma a potenciar o acesso ao crédito”, sublinhou.
José de Lima Massano destacou que quando o projecto “Banca em Análise” foi lançado, o sector tinha 12 bancos, com um total do activo de 531 mil milhões de kwanzas, hoje cresceu para 24 bancos em actividade, com um activo consolidado de cerca de 20 biliões de kwanzas, aproximadamente, 38 vezes o de 2005. Do ponto de vista operacional, ainda no domínio da estabilidade do sistema financeiro, o governador do BNA destacou a realização do exercício de Avaliação da Qualidade dos Activos (AQA) de 13 bancos que representavam cerca de 93 por cento dos activos totais da banca. Na base dos resultados colhidos, deu-se, conforme justificou José de Lima Massano, início ao processo de reestruturação de dois bancos públicos sistémicos, BPC e BCI, no caso, bem como à exigência de um novo patamar mínimo de capital social e fundos próprios regulamentares das instituições financeiras. Foi ainda definida a aplicação de uma reserva de capital adicional para os bancos de importância sistémica, no sentido de aumentar a resiliência do sector.
Fonte: J. A