Estudante vence “Feira das Ideias” com projecto de circular ferroviária
Projecto de construção de uma circular ferroviária, ligando as zonas da Arimba, Eywa e a Centralidade da Quilemba, para desafogar a pressão que se exerce sobre os transportes rodoviários, no Lubango, província da Huíla, venceu a “Feira das Ideias”, decorrida de 23 a 26 deste mês.
Trata-se de uma linha que engloba 37.3 quilómetros, parte dela já existente e explorada pelo Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM), em que o percurso sai da estação do Rio Nangombe, passando pela centralidade da Quilemba, terminando na estação do Poiares, com 28.8 quilómetros de extensão.
A linha integra, também, a estação da Arimba, passando pela zona da Eywa, mercado do Mutundo e termina na Centralidade da Quilemba, numa extensão de 13.8 quilómetros, parte que precisa de ser construída, englobando ainda outros 3.15 quilómetros de linha-férrea já existente, da antiga estação do CFM, próximo dos Correios de Angola (actualmente inactiva).
A iniciativa foi apresentada pelo estudante Francisco Jonas, inscrito no 6º ano do curso de engenharia civil, do Instituto Superior Politécnico da Huíla (ISPH), que em declarações hoje, quarta-feira, à ANGOP, no Lubango, o estudante afirmou que as circulares ferroviárias são importantes porque conseguem ligar cidades, poupando tempo, diminuindo as distâncias e os custos.
Destacou que com a circular ferroviária pode-se ter uma redução dos constrangimentos a nível de tráfego, relativamente a acessibilidade à centralidade da Quilemba (com mais de oito mil casas), zona da Eywa (quatro mil fogos) e ao mercado informal do Mutundo, esse último que movimenta perto de 30 pessoas/dia.
“A circular ferroviária é um modal de transporte que trará melhorias no acesso em locais onde existe difícil acesso por estrada, sem esquecer que poderá também melhorar o panorama estrutural da cidade do Lubango”, salientou.
Realçou que nas vantagens desse modal está o transporte rápido, regular, cómodo e seguro, assim como a inexistência de constrangimentos, facilidade de circular, independentemente das condições atmosféricas e o menor custo para grandes distâncias.
Acrescentou ainda ser económico no transporte de carga, maior capacidade de transporte e adequado para todo o tipo de produto, para além de ser pouco poluente e baixo consumo de energia.
Nas desvantagens, Francisco Jonas apontou elevados investimentos na construção e manutenção, necessidade da conjugação com outros modais de transportes para alcançar o destino final da carga e percorrer longos períodos de viagem, adiantando que os principais problemas que a sua implementação pode encontrar são as numerosas residências ao longo do traçado e os cursos de água, que podem tornar a sua implementação mais onerosa.
No segundo lugar do concurso ficou um projecto de implementação de bicicletas públicas como meio de transporte, para retirar o trânsito da cidade e incentivar o uso de um “meio amigo do meio ambiente”, uma iniciativa de dois estudantes de engenharia civil, também do ISPH, e na terceira posição uma plataforma de serviço de táxi, de estudantes do Instituto Superior Politécnico o Independente (ISPI).
Ao reagir aos resultados do concurso, o chefe do departamento provincial de Tráfego e Mobilidade, Octávio João, referiu que os projectos poderão ajudar na melhoria da mobilidade na cidade do Lubango, depois de implementados, uma iniciativa a longo prazo que será tida em conta.
A ideia é fazer discussões mais pormenorizada dos projectos com os técnicos da área do vice-governador, desde o impacto, orçamentos entre outros dados para poder aventar-se uma possível implementação, em função das prioridades.
A feira de ideias visou encontrar sugestões que melhorassem a mobilidade urbana na Huíla e nela foi lançado um concurso que distinguiu as melhores, mediante um corpo de júri.
POR: ANGOP