Luanda homenageia hoje Mártires da Baixa de Cassanje

O Governo Provincial de Luanda realiza, hoje, no Cemitério da Santa Ana, o acto de deposição de coroa de flores em homenagem aos Mártires da Baixa de Cassanje.

De acordo com uma nota do Governo Provincial de Luanda, o acto vai decorrer sob o lema “4 de Janeiro de 1961 a 4 de Janeiro de 2023 – Honremos os Bravos Comandantes da Luta Anti-Colonial”.

Em 1961, registou-se o considerado hediondo massacre, protagonizado pelo exército português contra os camponeses, revoltados e decididos em estancar a escravatura. O acto teve um desfecho triste e deixou marcas na história de Angola. 

Foram mortos homens, mulheres e crianças. Muitos deles, enterrados em valas-comuns. Outros levados para nunca mais voltarem ao convívio das famílias.

A 4 de Janeiro de 1961, teve início, na Baixa de Cassanje, em Malanje, uma revolta dos trabalhadores da antiga Cotonang, multinacional com participação belga que explorava os campos de algodão.

O evento foi considerado o primeiro movimento de contestação ao domínio colonial português. Durante a sublevação, terão morrido centenas de trabalhadores, primeiro em confronto com os guardas da empresa e, depois, com o exército colonial português.

De acordo com informações disponíveis, a revolta está envolvida em vários mistérios, sendo um dos mais conhecidos a influência de forças do antigo Congo belga, acabado de chegar à independência, e de forças com ligações ao chamado “Culto de Maria”, uma organização esotérica que procurou e chegou a convencer as populações residentes na área gerida pela Cotonang, onde balas disparadas pelos colonos brancos não matavam os chamados nativos.

De resto, os confrontos de 4 de Janeiro representam trilhos que, um mês depois, resultaram na “explosão” do 4 de Fevereiro, data assinalada como início da Luta Armada de Libertação Nacional, quando foram lançados ataques às cadeias de Luanda. Quase 15 anos depois, em 1975, Angola alcançou a Independência no dia 11 de Novembro.

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