Disputa por terreno deixa mais de 300 famílias ao relento no Zango 3

Continua a problemática da disputa por terrenos em Viana. Desta vez, a denúncia vem de centenas de moradores residentes no Zango 3, que lamentam os actos de demolições de mais de 300 residências já erguidas, por parte da empresa Gamek. Os  mesmos apontam o Administrador Municipal, Demétrio de Sepúlveda, como “padrinho” dos supostos infractores. 

Coordenador da zona há mais de 10 anos, Júlio Francisco Caetano disse que a grande preocupação é a forma “triste e feia como estão a ser tratados”. Estamos a ser “maltratados, desrespeitados e com o uso das forças das armas”, lamentou.

Júlio Caetano disse ainda que o Comandante “Coelho”, da esquadra do Capapinha, orientou os polícias para intimidarem os populares e escoltarem à empresa Gamek na demolição de quatro residências no mês de Dezembro, alegando que o espaço onde estão erguidas as casas são pertença da referida empresa. 

Informação que o coordenador questiona: “é pura mentira. Esse espaço foi-nos cedido pelo Programa Provincial da Habitação Social (PPHS), criado para acudir famílias em zonas de risco onde o Governo negociava com os camponeses e indemnizava com uma parcela de terra”, o que, segundo o coordenador, seria o caso do local onde estão a construir as suas residências. 

No caso deste terreno, os senhores da fiscalização que são “pau mandados” e alguns senhores da administração, dizem que o espaço pertence à Gamek, “o que não é verdade”, reafirma. Os camponeses têm documentação e podem provar de A à Z que este terreno não pertence a essa impostora empresa, que acreditamos ser apadrinhada pelo administrador municipal”, apontou, a mostrar à equipa de reportagem os documentos.  

Por outro lado, António Cambongo, morador e filho de um dos camponeses, disse que o referido espaço é pertença deles, desde 1982, e que a empresa Gamek, juntamente com a Administração de Viana, estão a se apropriar ilegalmente do espaço”.

António Cambongo revelou que o espaço onde está a ser construído um dos condomínios naquela zona é também deles. “Na altura era de 7 hectares e repartiram em 3.5 cada com objectivo de colocar urbanizações, e para o espanto de todos, vimos nascer uma subestação”, disse.

“Temos tudo escrito. Eles chamam-nos de invasores, mas quem é invasor não se apresenta junto das instituições mostrando documentos”, acrescentou e disse: “queremos simplesmente justiça e esperamos que os órgãos competentes ouçam o nosso clamor”, falou, cabisbaixo.

Fonte: CK

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